22/11/2011

Caminhando a Lugar Algum

Com um golpe rápido sua espada quebra, na batalha não tem tempo pra fracassos, a morte chama a todos e aqueles que escutam suas lamurias acabam indo de encontro a ela.
Sir Malvenor sabe disso, sabe que agora com sua espada em pedaços é apenas questão de tempo para que o machado do bárbaro babando a sua frente encontre o seu peito e tire o pouco de honra que ainda lhe resta.
Honra que lhe foi tirada por esses mesmo bárbaros quando invadiram suas terras e estupraram sua esposa.
Honra que lhe foi tirada quando os mesmos arrancaram-lhe o filho e os levaram como escravo.
Honra que foi perdida quando sua terra foi queimada e salgada para que nunca mais nada lá nascesse.
Honra que lhe foi dada pelo Rei quando o mesmo o nomeou cavaleiro.
Honra que lhe foi dada depois de anos tomando terras e vencendo batalhas por esse mesmo Rei
Honra, uma palavra tão curta mas com tanto significado na vida deste homem.
E é devido a ela que ele reage, sua morte assim fará com que os soldados debandem, sua morte não dará significado a sua batalha, mais um pouco da sua honra seria jogada fora.
Seu escudo protege por pouco do golpe do frenético combatente. Em sua experiência, utiliza a força de seu inimigo para ir ao chão e buscar uma outra arma.
Uma lança é tudo o que ele precisa, o bárbaro em sua fúria de sangue nunca iria perceber um movimento rápido desse. Cravando-a no chão ele perfura o peito do bárbaro em investida, vê os olhos de seu inimigo se apagando em frente ao seus, sente os braços deles cederem ao pouco o pesado machado que ele segurava.
Isso, é a arma que ele precisava pra enaltecer seu exercito, a arma do líder rival.
Levantando rapidamente ergue a arma de seu inimigo jurado, grita como um animal que acaba de abater a presa mais difícil. Olha para todos os seus aliados e vem os olhos deles se encherem de vontade, de certeza de vitoria, de honra.
Porém, na batalha a morte a todos clama e Sir Malvenor não poderia ter se esquecido disso.
Com o seu grito ele chamou a atenção.
Com o seu grito de fúria ele decretou a sua morte.
Um arqueiro a metros de distancia procurava por uma vitima sozinha, alguém onde ele não correria o risco de   acertar nenhum dos seus aliados.
A flecha atravessa a garganta de Sir Malvenor como se fosse apenas monte de feno. Ele cai e vê nos olhos de seus aliados o pavor tomando conta, a certeza de vitoria sendo substituída por medo da morte eminente.
É só uma questão de minutos até que todos os soldados estejam mortos. Quando os bárbaros passam por cima de seu corpo caído como uma se fosse um estouro de bois, em seu ultimo suspiro ele se lembra da frase mais falada pelo seu velho e falecido pai. " Na morte não existe honra alguma"